domingo, 9 de outubro de 2011

Com a morte trágica do pai, ex jogador Denilson mudou seu estilo e sua carreira

Aos 23 anos, o paulistano Denilson Shikako, hoje com 34, se viu diante de uma tragédia familiar. Seu pai foi assassinado em uma tentativa de assalto no Capão Redondo, bairro que já foi um dos mais violentos da cidade de São Paulo, onde Denilson foi criado. “Foi um choque”, diz ele, que havia acabado de se formar em ciências da computação. Num primeiro impulso, a família decidiu vender tudo e sair do país. “Alguns amigos me mostraram que fugir da situação não mudaria minha dor.”

Para superar a tristeza, Denilson resolveu aplicar em si mesmo uma técnica que já ensinava em algumas escolas e empresas, quando dava palestras sobre inovação, assunto pelo qual se interessou na universidade: parar e pensar o que poderia fazer. Foi então que surgiu a ideia de montar a Fábrica de Criatividade, um projeto social no qual as pessoas da comunidade pudessem aprender sobre arte, sustentabilidade, teatro e música.

Para colocar o sonho de pé, foi investido 1 milhão de dólares. A família de Denilson bancou a metade. “Colocamos o dinheiro que tínhamos guardado para sair do país.” Desde 2007, quando foi criado, o espaço já atendeu mais de 30 000 jovens. Alguns deles já fazem shows pelo Brasil. Hoje Denilson administra o projeto e dá palestras sobre criatividade e inovação em grandes empresas. Entre seus clientes estão Basf, Itaú-Unibanco e Promon.