Na primeira vez que apareceu no horário nobre cantando a música, que estimula os jovens a não estudar (veja a letra no quadro), Solange usava um uniforme da rede pública, o que colocou ainda mais lenha na fogueira.
— No momento em que toda a sociedade realiza um esforço conjunto para melhorar a educação pública no Rio e em todo o país, a Secretaria Municipal de Educação considera lamentáveis as imagens exibidas em "Fina estampa" em que Solange enfatiza, em seus diálogos, o descompromisso com a educação e preconiza o fracasso escolar. As imagens acabam estigmatizando a educação pública, uma vez que a personagem, em uma das cenas, utilizou, sem autorização, o uniforme oficial das escolas da Prefeitura do Rio — diz a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin.
Autor da trama das nove, Aguinaldo Silva explica que haverá mudanças no rumo da espevitada filha de Celeste (Dira Paes) e Baltazar (Alexandre Nero), compositora do polêmico funk na ficção.
— A novela começou há pouco tempo e ainda estamos compondo a personagem, mostrando o ambiente em que ela vive. A história da Solange é secundária, mas sofrerá mudanças. Ela pode se dar mal por não estudar, ou descobrir a importância do estudo. Tudo poderá acontecer — adianta Aguinaldo.
A discussão alcançou as cartilhas da rede privada de ensino. A pedagoga e psicopedagoga do Colégio Alfa Cem, em Jacarepaguá, Maria Aparecida Jatobá, realmente espera que Solange não se dê bem:
— Isso é perigoso e extremamente negativo. Atualmente os jovens sonham ser dançarinos, jogadores de futebol e os estudos não são priorizados. A mídia precisa passar a mensagem de que é possível ser alguém na vida, alcançar seus objetivos, através dos estudos e do trabalho.
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