sábado, 1 de outubro de 2011

Como evitar os caras errados



Eis aqui alguns caras que sujam a imagem da classe masculina no dia a dia.


O ZUMBI DA BALADA
Esse é o tipo mais fácil de desmascarar, pela falta de sutileza. Em algumas pistas de dança, há uma verdadeira infestação. A moça se divertindo e o morto-vivo já chega segurando, sem dizer uma palavra, querendo tascar um beijo. Como nos filmes de George Romero, parecem estar atrás apenas de miolos frescos. Esse estilo micareta me lembra o menino que puxa o cabelo da menina na escola por ser a única forma que ele conhece de provocar alguma reação dela. Ou seja, coisa de moleque. O marmanjo que ainda não sabe se aproximar de uma mulher sem parecer um homem das cavernas com um tacape na mão não vai evoluir nunca. E continuará atrás de mais e mais miolos frescos.


O PAPA-LÉGUAS
De todas as formas de comunicação não verbal que o ser humano já inventou, a buzina sempre me pareceu a mais ridícula. Mesmo assim, muitos homens motorizados acham que o som dela tem algum efeito afrodisíaco sobre as mulheres. Um amigo defende esta linha de raciocínio dizendo prestar um serviço à sociedade, pois manda um “bib-bib” tanto para as belas quanto para as feias. Duvido do poder da buzinada para levantar a moral, mas vai ver é por isso que existem marias-gasolinas. A meu ver, está no mesmo nível de carência de motoristas que saem cantando pneu ou colocam o som do veículo no máximo. Um cara que se expressa através de seu carro tem muito o que provar para si mesmo.


O MR. UNIVERSO
Curte um musculoso? Não tem problema. Só é recomendável impor limites. Um cara com os seios maiores que os seus e o pescoço do tamanho da sua cintura não costuma ser muito confiável. Com certeza, ele passa tempo demais olhando para si mesmo no espelho e pouco para a garota ao seu lado. Eu sei, os brutos também amam e tenho certeza de que o Anderson Silva é um camarada formidável. Mas um cara que nem é atleta profissional e passa tanto tempo moldando seu corpo na academia, tomando milk-shakes bizarros e sabe-se lá o que mais, talvez ache que o físico avantajado basta para te deixar louquinha. E sempre achei que o levemente pançudo se dedica muito mais para mostrar serviço na hora H do que aquele que se acha o melhor só porque tem uma barriga de tanquinho.


O CARTÃO DE VISITA
Certa vez, uma amiga foi abordada por um sujeito que, em cinco minutos de papo, deu um jeito de mencionar seu apartamento em Paris e o jatinho que planejava comprar para chegar até lá. Triste, mas alguns caras abonados carregam o extrato bancário no lugar da língua. Às vezes, nem precisam muito para se gabar. Eles se acostumaram a uma rotina de negociações financeiras e vão enxergar a paquera da mesma forma. Estão atrás de mulheres fúteis que possam “comprar”. Em geral, é daqueles que sacam a pedante frase “você sabe com quem está falando?” em qualquer situação de conflito. Provavelmente, te diria o mesmo, quando achasse que você não satisfaz mais as necessidades dele.


O CRÍTICO
Este é a versão intelectual do tipo anterior. A empáfia é a mesma. Mas, em vez de cifras, ele gosta de esfregar na cara dos outros uma pretensa sabedoria. O cara dá palpite sobre qualquer coisa como se fosse um grande especialista. Assistiu a “Meia-noite em Paris”, do Woody Allen? É o personagem de Michael Sheen, que fica se gabando de conhecer a obra de Rodin e de Picasso. Fuja dele, pois o cara não dá espaço para comentários da platéia e refuta ideias diferentes das suas.


O METRALHADORA HUMANA
Falta de foco é um problema recorrente entre homens baladeiros. Atirando para todo lado, eles levam uma facada atrás a outra da mulherada, mas não desistem. Chega a ser patético. Em geral, a bebida é a melhor parceira deles enquanto passeiam entre vários grupos em busca de aceitação. Quase sempre, terminam a noite sozinho, lamentando a má sorte.


Por incrível que pareça, para cada figura dessas existe uma mulher disposta a se deixar levar. Só para depois reclamar que “os homens são todos iguais”. Ao invés disso, sugiro levar em consideração o esforço dos demais para ser diferentes deles.